A Cultura Ágil tem se tornado um dos alicerces das iniciativas de Transformação Digital, e dentro deste processo, a técnica do VSM pode ser um importante aliado na organização e consolidação deste fluxo de inovação nos negócios.
Primeiro, vamos a uma breve descrição. Value Stream Mapping, em português, Mapeamento do Fluxo de Valor ou simplesmente VSM é uma técnica construída sobre os princípios da manufatura enxuta desenvolvido no Sistema Toyota de Produção (anos 80 e 90). Ele consiste em mapear e medir o fluxo de valor, ou seja, identificar todas as etapas da produção do produto ou serviço. O foco em fluxos de valor torna o valor entregue ao cliente o ponto principal dos produtos em desenvolvimento ou serviços prestados.
Muitas organizações estão estruturadas em silos (Negócios, Marketing, Infraestrutura, Desenvolvimento, Qualidade etc.), trazendo como consequência alguns impactos não desejáveis como aumento de energia em processos de hand-off ou até mesmo atrasos por não haver uma sincronia entre estes silos, o foco tende a ser em qualificar e otimizar o trabalho dentro do silo e não no valor entregue ao cliente.
Provavelmente você tenha associado alguma vivência organizacional que esteja estruturada desta forma. E a racional para dispor a estrutura da organização com o holofote em Fluxo de valor é buscarmos a aceleração da entrega do produto/serviço ao cliente sem perder a qualidade – Entrega de Valor.
O modelo de gerenciamento e produção tradicional está perdendo espaço num mercado que exige respostas mais rápidas. A evolução ou novos produtos e serviços são lançados cada vez em intervalos menores, e os métodos ágeis e o pensamento enxuto são fundamentais para que os processos tenham progressivamente maior agilidade e eficácia, impulsionando as organizações a serem competitivas. A adoção da cultura ágil e de técnicas como o VSM tem sido essencial as cias para entregarem mais valor nos negócios com custos mais competitivos.
Com o VSM visualizamos as etapas do processo, e assim podemos perceber quais agregam e quais não agregam valor ao produto, e com as etapas sendo medidas, é possível perceber as etapas que são gargalo e apresentam desperdícios ou excessos. Falando na construção de software, podemos olhar para as etapas de ideação, refinamento, planejamento, desenvolvimento, testes, implantação, alinhamento entre áreas, entrega, e outras possíveis etapas que compõem seu fluxo de valor.
O mapeamento é uma ação importantíssima feita com o envolvimento de donos e participantes do processo, um processo manual. Posteriormente o acompanhamento do seu fluxo de valor, deve ser feito em tempo real, ou o mais próximo possível das atividades de trabalho em execução, para que assim seja possível estabelecer os planos de ação ou ajustes de processos necessários para aumento da eficácia.
É muito importante a utilização de ferramentas únicas ou integradas que ajudem a gerir toda cadeia de valor sem termos silos e informações separadas. E, da mesma forma, as pessoas, tecnologia e gestão precisam ser integradas, a fim de eliminar desperdícios e gargalos, tornando seus processos mais eficazes.
Estamos falando de automatizar a mensuração do fluxo de valor e das etapas repetíveis nas transições de etapas no processo de construção do produto/serviço. Neste último, aplicamos o conceito de Continuous Integrations (CI) e Continous Delivery (CD). Eles são fundamentais para termos velocidade na entrega de produtos ou serviços de software.
É interessante estabelecer KPIs (Key Performance Indicators) para ajudar a perseguir o amadurecimento da organização, avaliando o desempenho do fluxo de valor e os resultados de negócio. Robert Kaplan e David Norton manifestaram que o que não é medido não é gerenciado.
As métricas de fluxo padrão são Velocidade do Fluxo, Tempo de Fluxo, Eficiência de Fluxo e Carga de Fluxo.
A Velocidade de Fluxo é o número de itens de fluxo de cada tipo concluídos ao longo de um determinado período. O Tempo de Fluxo mede o tempo para que os itens percorram do início do trabalho até o trabalho concluído, considerando as esperas e o em andamento. A Eficiência do Fluxo considera a relação entre o tempo ativo e o tempo de espera em relação ao tempo do Fluxo Total. E a Carga de Fluxo mede o número de itens de fluxo atualmente em andamento (ativos ou em espera).
Diante dos desafios expostos, dos métodos e técnicas que conhecíamos, em meados de 2017 iniciamos a construção do Compasso UOL Agile Cockpit, um produto fundamentado no conceito do Value Stream Mapping, frameworks e métodos ágeis. Passamos a utilizá-lo gradativamente em times da cia no atendimento a alguns de nossos clientes que compartilhavam dos mesmos pensamentos em evolução no fluxo de valor e mindset ágil. Essa construção foi muito rica e nos rendeu muitos aprendizados, que hoje nos credenciam a apoiar nossos clientes em pilotar o ágil com maestria. Temos um backlog de implantações da ferramenta em nossos clientes, que deve ser intensificado neste ano de 2021.
Dentre os inúmeros clientes da empresa, a Livelo foi um dos primeiros a utilizar a solução que tem contribuído na construção de ideias para novas features de produto. Para Alex Scarelli, Gerente Executivo de Engenharia de Sistemas da Livelo, o Compasso UOL Agile Cockpit é uma ferramenta que tem ajudado no amadurecimento das Squads em busca da alta performance, engajamento e colaboração das pessoas. “Além disso, a evolução do produto trazendo novas features alinhadas com as necessidades da Livelo tem sido fundamentais para sua a adoção junto as equipes” afirma Scarelli.
A partir de todas estas experiências, percebemos cada vez mais que a gestão do fluxo de valor permite que os times atuem de forma muito mais intensa na melhoria contínua das etapas da construção de um produto ou prestação de serviço, focando no valor ao cliente. As informações obtidas pelo Compasso UOL Agile Cockpit possibilitam que as pessoas atuem para aumentar a capacidade e qualidade do processo, através de tomadas de decisões que beneficiem o resultado dos negócios, tornando a organização capaz de entregar melhor valor aos clientes.
